Conheça 4 edifícios inteligentes ao redor do mundo
Prédios que usam alta tecnologia aumentam a eficiência energética e reduzem os impactos ambientais
Na década de 1980, quando a automatização de sistemas hidráulicos, de iluminação e de ar- condicionado se tornou mais acessível, o conceito de edifícios inteligentes ganhou força. A popularização do termo coincidiu com o aumento da preocupação com o meio ambiente. “Um edifício inteligente tem a vantagem de ser flexível e de acompanhar as demandas de mercados em transformação”, diz José Luiz De Martini, dono da Engenharia Gerencial, que presta assessoria para a implantação de sistemas elétricos.
Segundo De Martini, o avanço da automação permite que as construções atuais consumam menos da metade da energia utilizada em prédios feitos há 40 anos. Existem instituições que certificam edifícios construídos segundo rigorosos padrões de qualidade e eficiência. Uma delas é a U.S. Green Building Council, que emite o certificado Leadership in Energy and Environmental Design (Leed). Criada em 1998 nos Estados Unidos, a certificação vem sendo aplicada em vários países e é reconhecida como um indicador de qualidade.
Conheça quatro edifícios ao redor do mundo que possuem o selo Leed e entenda por que eles são considerados prédios inteligentes.
1) Taipei 101 (Taipei, Taiwan)
Os 101 andares do Taipei Financial Center, nome completo do edifício da capital taiwanesa retratado na imagem acima, comportam mais de 3 400 dispositivos de controle capazes de desligar imediatamente o ar-condicionado quando detectam que o ambiente está desocupado.
Estima-se que a economia de energia, se comparada a de um edifício convencional do mesmo porte, seja próxima a 700 000 dólares anuais.
O Taipei 101 foi concluído em 2004 e só comporta escritórios. O prédio possui 508 metros de altura e é considerado o quarto maior do mundo pelo ranking da organização americana Council on Tall Buildings and Urban Habitat. Trata-se do maior edifício com a certificação Leed.
2) Eldorado Business Tower (São Paulo, Brasil)
Concluído em 2007, o edifício possui uma fachada de vidro especial que permite aproveitar 70% da luz natural, retendo apenas 28% do calor, o que gera economia em iluminação e ar-condicionado.
Seus elevadores possuem um dínamo que, a cada chegada e partida, regenera e reaproveita a energia. Isso gera uma economia de 50% em relação ao que é consumido por um elevador comum.
O Eldorado Business Tower foi o primeiro edifício a receber o certificado Platinum, o mais alto da categoria na América Latina. A torre destinada a escritórios tem 32 andares, centro de convenções e heliponto para até dois helicópteros de dez toneladas cada.
3) Aeroporto Internacional O’Hare (Chicago, Estados Unidos)
Famoso por sua arquitetura, o aeroporto mais importante de Chicago possui uma plataforma de gestão que faz a integração de todos os seus sistemas de consumo de energia, de segurança e de automação.
O aeroporto possui uma área verde que ocupa 104 000 metros quadrados, distribuídos pelos telhados das torres. Chamado jardim aeropônico, ele permite o cultivo de plantas suspensas, sem o uso de terra. O jardim minimiza o efeito conhecido como ilha de calor – a concentração de altas temperaturas em áreas desmatadas – e demanda um uso menor de ar-condicionado.
A estrutura do aeroporto é composta por cinco terminais conectados por um trem gratuito usado para o transporte de passageiros.
Construído no final da Segunda Guerra Mundial, o O’Hare foi o sétimo aeroporto mais movimentado do mundo em 2014, segundo a organização Airports Council International. Por lá passaram 69,9 milhões de passageiros no ano passado.
4) Sello Shopping Center (Espoo, Finlândia)
Shopping centers são conhecidos por demandar bastante energia, mas esse empreendimento finlandês, inaugurado em 2003, é um exemplo de eficiência. O Sello foi o primeiro shopping europeu a obter a certificação Leed Gold.
Em 2010, foi inaugurado um centro operacional no edifício com sistemas de monitoramento de energia que permitem ajustar o gasto energético em ambientes menos frequentados. Desde então, o consumo de eletricidade caiu 27%. O uso de energia termoelétrica, gerada a partir da queima de combustíveis, caiu 15%.
O sistema também permite controlar a emissão de dióxido de carbono. Graças ao monitoramento, 630 toneladas de carbono deixaram de ser emitidas anualmente.
O Sello fica na cidade de Espoo, que compõe a região metropolitana de Helsinque. O espaço possui cerca de 170 lojas, além de abrigar uma biblioteca e uma sala de concertos.