Quais são as tendências da engenharia civil para 2018?
Diante das crises nos anos anteriores, o segmento da construção se viu com problemas e, então, passou a focar na redução de custos e na melhoria da rentabilidade. Com perspectivas positivas para 2018, a tendência é de que o mercado invista ainda mais em soluções tecnológicas e a cultura de inovação se consolide na engenharia civil.
Neste novo cenário do setor, são as empresas que têm a capacidade de se adaptar e antecipar tendências que serão altamente competitivas no mercado. Já podemos dizer que as dificuldades que o setor enfrentou nos últimos anos começam a ficar para trás, gerando grandes expectativas de recuperação.
Para que você possa vislumbrar os rumos do setor em 2018, reunimos, neste artigo, uma série de tendências da engenharia civil. A maioria delas assimila a tecnologia para a resolução de problemas de gerenciamento em prol de decisões mais coerentes. Continue a leitura e saiba mais!
Retomada de crescimento
O Índice de Confiança da Construção (ICST) avançou 1,4 pontos em setembro de 2017, chegando a 77,5 pontos. Essa é a quarta alta consecutiva no indicador, que é medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Com a confiança em alta, o cenário futuro se mostra otimista.
Outro indicador importante que demonstra uma perspectiva mais otimista é a taxa de utilização da capacidade instalada da indústria de construção, que cresceu 0,3 pontos e chega a 62,1%. Este índice mensura a ociosidade no setor, que está em queda.
A indústria de engenharia civil também tem seu próprio Produto Interno Bruto (PIB). Esse número encolheu nos últimos anos, e ainda tem previsão de queda para 2017. Entretanto, a expectativa é de crescimento para 2018, de acordo com a Câmara Brasileira da Construção Civil (CBIC).
O motivo é o seguinte: a taxa Selic deve acumular redução de 7,5% até dezembro e estimular investimentos no mercado imobiliário. Sem contar que o governo deve retomar as Parcerias Público-Privadas (PPP), que devem injetar R$ 11 bilhões em obras de infraestrutura pública. Um montante tão grande influencia o mercado muito positivamente.
Serviços agregados
Em um cenário de desafios ao crescimento e à rentabilidade dos empreendimentos, a oferta de serviços agregados pode fazer toda a diferença no faturamento das empresas do setor de engenharia civil.
O objetivo é atrair novos clientes e fidelizar os atuais. Esses serviços podem vir na forma de entregas sem custo (no varejo), treinamentos, dicas de construção e reforma, parcerias com outras corporações, etc. Em 2018, a tendência do mercado é aumentar o uso dessa prática.
Capacitação da mão de obra
A falta de mão de obra qualificada é um dos grandes gargalos do setor de engenharia civil e construção. Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a CBIC, 3 em cada 4 empresas atuantes nesse mercado enfrentam esse problema.
O segmento tem deficiências na capacitação de pessoal em todos os níveis. De acordo com um estudo da Firjan, desde operários, técnicos em construção e encarregados até engenheiros e arquitetos precisam de aprimoramento.
Além disso, o mesmo estudo aponta como tendência a realização de ações de capacitação em Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), práticas modernas de gestão, métodos racionalizados, industrializados e inovadores de construção, e uso de novos materiais.
Outra tendência é a expansão da Educação à Distância (EaD) e a abertura da indústria para esse método. Organizações dos mais variados portes podem recorrer a capacitações sem a necessidade de deslocamento até uma unidade de ensino.
Smart cities
As smart cities (cidades inteligentes) são uma tendência para o convívio em sociedade no futuro. Esse novo conceito de urbe demanda sistemas mais eficazes de distribuição de energia, água e telecomunicações, além de tratamento de resíduos.
A engenharia civil pode contribuir para isso ao lançar mão de projetos de eficiência energética, de uso sustentável de recursos naturais e de automatização de serviços. Já existem muitas empresas investindo na implementação desses sistemas e, em 2018, a expectativa é de que essa prática ganhe ainda mais adeptos.
Construção enxuta
A construção enxuta é baseada no conceito “just in time”, já famoso em outros tipos de indústria. A ideia é que nada deve ser encaminhado à produção, transportado ou comprado antes do momento ideal.
Outras ações importantes são o corte de processos que não agreguem valor às obras, o controle do ritmo produtivo (para sua manutenção) e o monitoramento de procedimentos para a realização eficiente do trabalho.
Novas tecnologias: as principais tendências da engenharia civil
Inovação é a palavra-chave do setor de engenharia civil há algum tempo. Em 2018, ela será o grande paradigma para quem trabalha no segmento. Novas tecnologias, novos processos e novos métodos de execução serão bastante populares no ano que vem.
Uma das novidades é a Internet das Coisas (Internet of Things – IoT). Ela tem se mostrado muito eficiente no canteiro de obras, quando usada para rastrear equipamentos e funcionários, conduzir drones e fazer combinações com o business intelligence, coletando dados que podem ser acompanhados em tempo real.
Outras inovações estão em processo de desenvolvimento ou já fazem parte de iniciativas de algumas empresas. Veja alguns exemplos:
- Tijolos inteligentes: são tijolos modulares e ecológicos. Eficazes, baratos e sustentáveis, quando feitos com material reciclável.
- Drones: os veículos aéreos não tripulados podem ser usados para fornecer imagens aéreas do canteiro de obras, além de serem úteis para o levantamento topográfico e a construção de modelos 3D de edifícios.
- Impressão 3D: a impressão tridimensional é utilizada no desenvolvimento de projetos na área de construção, principalmente no estudo de aproveitamento de materiais recicláveis.
- Sensores para os mais diversos tipos de análise: podem ser usados para monitorar equipamentos no canteiro de obras, a fim de prevenir panes, e no controle de situações que afetem a segurança do trabalho.
- Sistemas informatizados: o uso de estruturas organizadas e coordenadas entre si facilitará o planejamento, a gestão e a integração de projetos, além de promover a especialização na cadeia produtiva (insumos, materiais e serviços).
- Dispositivos móveis e softwares de gestão: a introdução de dispositivos móveis na rotina do canteiro de obras tende a aumentar nos próximos anos. Com esse recurso, é possível controlar variáveis da construção por meio de dados e, assim, obter menos falhas e maior segurança de informações.
- Modularização: a fabricação de elementos estruturais fora do canteiro de obras também tende a crescer. Essa forma de construção permite otimizar os processos na construtora e acelerar as etapas do empreendimento.
Desafios e dificuldades a se enfrentar
O cenário econômico, até aqui, tem sido bastante desfavorável para o setor de construção. No entanto, como vimos, o mercado começa a dar sinais de melhora e apresenta um cenário de otimismo em relação ao futuro.
As tendências da engenharia civil para 2018 comprovam que o caminho para o sucesso é difícil, mas que a retomada do setor é uma realidade muito próxima para quem não deixar de investir em métodos modernos e eficientes.